Há muita gente por este país fora que despreza o jornalismo desportivo. São muitos os profissionais dos diferentes media que chegam ao cúmulo de considerar que o que os seus colegas do Desporto fazem não pode ser considerado jornalismo. Ao nível académico, o mesmo se passa, infelizmente: as estratégias utilizadas para ensinar os jovens repórteres que sairão, um dia, para as redacções (ou para o Centro de Emprego mais próximo...) não contemplam uma prática de jornalismo desportivo. Os docentes pegam no dossier «DESPORTO» e arrumam-no para um canto. A grande maioria dos alunos aprova: "que se lixe o Desporto"; "isso é Jornalismo, por acaso?!", ouve-se nos corredores de variadíssimos cursos de Ciências da Comunicação.
Chamam-lhe "parente pobre". Chamam-lhe "ovelha negra" do jornalismo. Política: jornalismo! Cultura: jornalismo, pois claro! Economia: jornalismo, jornalismo, jornalismo!!! Desporto: tabu, não pode ser considerado jornalismo...
Desvaloriza-se o trabalho de profissionais notáveis, nesta área, como se o que eles fazem, dia após dia, se assemelhasse a uma invocação do Diabo.
Pois... mas porque será que as pessoas, em Portugal, lêem mais jornais desportivos do que generalistas? Porque será que até o saudoso Público traz, na capa de hoje (7 Fev.) a desgraça da Selecção Nacional contra Itália?
Olhem para o lado. A sério, dêem uma olhadela a Espanha: o jornalismo desportivo movimenta multidões, é apreciado e faz escola. A rivalidade entre jornais desportivos é ainda maior do que em Portugal. O trabalho de jornalistas da Marca ou do Mundo Deportivo é espectacular, tal como o é em Portugal.
Um pouco mais de respeito para esta área, por favor.
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3 comentários:
Há uma certa dificuldade em ver o desporto como arte para uns, assim como pra outros é uma obsessão, não concordo com nenhuma de ambas...
É um tema que merece o mesmo respeito que os outros... Desperta paixões e aviva sentimentos, promove união, entretém, joga com a percepção e os instintos e puxa o escritor a passar tudo isso mais a crítica de estratégias e técnicas pro papel. Parece-me bem, a mim.
Olha nucna vi nada tão certo escrito...concordo plenamente. Por acaso no meu curso não há discriminação por isso. Sim é verdade que os altos docentes ficam um pouco de lado quando me houvem a mim dizer que quero fazer jornalismo desportivo, mas porquê? Porque também sou mulher? Assim não pode ser.
De qualquer das formas acho que está na hora de quebrar esses tabus e de fazer do jornalismo desportivo JORNALISMO e não uma coisa que se vê por aí!!
Saudações académicas dorectas aqui de Coimbra
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