POLITIQUICES

É ano de legislativas e de autárquicas. Pronto, está tudo dito. Hum... acho que vou dizer mais qualquer coisa.

Pelo menos, debruço-me sobre dois temas que me parecem sérios demais para serem deixados ao sabor do vento. Não têm o sumo de uma laranja chamada «Freeport», mas andam bem lá perto:

1. 
   É certo e sabido que, se o Partido Comunista Português (PCP) claudicar em demasia tanto nas legislativas como nas autárquicas, Jerónimo de Sousa não terá grande margem de manobra para continuar à frente dos "vermelhos". Até porque o Bloco de Esquerda (BE) ganha novos eleitores a cada dia que passa - vá-se lá saber como... - e o discurso bacoco de Jerónimo só agrada aos militantes do PCP. Os indecisos (e os que se preparam para fazer parte da grande fatia da abstenção) não percebem o que podem os comunistas fazer para tirar o país do marasmo em que se encontra e isso, meu caro Jerónimo, é o tiro no pé que o pode fazer saltar da liderança. O que me leva a falar da sucessão: Manuel Carvalho da Silva vem sendo indicado, nos bastidores, como o mais óbvio candidato a Secretário-Geral do PCP quando Jerónimo sair. Até aqui, tudo bem. Mas quem sucederá a Carvalho da Silva na CGTP (Intersindical Nacional)? Basta olhar para o lado: Mário Nogueira, esse líder incontestado (e fundamentalista) da FENPROF, revolucionário-mor dos professores que não querem ser avaliados, está mais do que preparado para fazer o género de politiquices que se coadunam com o modo de estar da CGTP na sociedade civil portuguesa. Querem apostar?
2. 
   
   Em Matosinhos, reina o clima de antecâmara de uma guerra civil. Narciso Miranda, como independente, vai mesmo candidatar-se às autárquicas contra Guilherme Pinto, do Partido Socialista (PS). A campanha promete... Metendo pelo meio a vida política do concelho, desporto e interesses na construção civil, temos pano para mangas para os órgãos de comunicação social de Matosinhos se degladiarem no apoio a um dos candidatos (e já me asseguraram que muitos destes ó.c.s. irão jogar nos dois campos, mas isso são contas de outro rosário, para um outro post). Aguardo com expectativa os debates, se se realizarem, entre Narciso e Guilherme, sendo certo que, depois das autárquicas, Matosinhos jamais será igual ao que era.