quinta-feira, março 22, 2007

DIÁRIO DE UM APAIXONADO (1)


Fins de Setembro...




"Começaram hoje as aulas na faculdade, aqui no Porto. Sou um dos alunos do curso de Sociologia e o que é certo é que acho que esta licenciatura me assenta que nem uma luva. 9h05m e estava quase a chegar à sala para uma aula que começa... às 9h00m! Para minha surpresa vi que, pelos vistos, as aulas nunca começam a horas, o que me agradou imenso. Entrei depois na sala, praticamente às moscas (a praxe não perdoa e eu tinha conseguido escapar, graças a Deus!) e sentei-me bem cá atrás. A professora que terei que aturar na cadeira de Economia I sentou-se rapidamente e não parecia muito satisfeita com a vida que levava. Apresentou-se à pressa e começou logo a cuspir matéria, coisa para que não vinha lá muito bem preparado. Estava com sono e acabei por me recostar na cadeira, com o caderno e o lápis sossegadinhos em cima da mesa. Porém, reparei numa das minhas colegas de turma, sentada umas duas filas à frente. "Bem,", pensei, "Sociologia tem estudantes bonitas pra caraças!". E era, de facto muito bonita, a tal moça. Perdoa-me, meu caro diário, mas não a descreverei. Sim, sou egoísta, que queres que te faça?, mas mais do que referir os seus atributos físicos, prefiro pensar neles, se não te importas... Tá bem, digo-te só uma coisa: nunca vi rapariga tão bonita. Fiquei fascinado com ela e com a maneira como tentava disfarçar as poucas horas de sono de que tinha usufruído, perante a «prof». Virava a cara para trás - o que me permitia vislumbrar ainda melhor a sua cara e o seu belo cabelo - e bocejava, pondo a mão à frente. A Dra. Ambrósio lá continuava a palrar, mas eu tinha encontrado algo com que me entreter... A aula terminou, duas horas depois, e qual foi o meu espanto quando, estando eu a arrumar as minhas coisas na pasta, ela passou por mim, acompanhada de uma outra rapariga, e me sorriu. Não foi um sorriso qualquer, meu caro, mas sim "o" sorriso, o ideal, o perfeito, sei lá que mais te diga! Foi um sorriso enorme, de orelha a orelha, e ela tinha-o reservado para mim, pensei eu de imediato. Saí da sala à pressa, na esperança de ainda a apanhar, mas já não consegui. Ainda faltavam aí uns 20 minutos para a aula seguinte, e decidi deambular um pouco pela faculdade. De mãos nos bolsos do casaco, não consegui deixar de pensar nela. Porque me teria atirado aquele sorriso, mal me viu? Não tenho ideia de a conhecer de algum lado... Não, claro que não, um rosto daqueles não se esquece, caramba! Fiquei atordoado e não conseguia pensar em mais nada para além dela. O mesmo ritual repetiu-se na única aula que ainda teria nesse dia: passei essas duas horas a contemplá-la, e não perdi nada de especial do discurso do «stôr» de Teorias Sociológicas, já que foi só mesmo a apresentação da disciplina. Em busca de um novo sorriso no final da aula, esperei à porta, fingindo mexer no meu telemóvel. Não mo deu, infelizmente. Mas não faz mal. Aquela primeira abordagem foi tudo para mim, no dia de hoje. "






in Imaginação de Yours Truly a funcionar...

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