quinta-feira, julho 12, 2007

THESE ARE THE DAYS OF OUR LIVES*


São já cerca de 13 os anos em que andei a estudar. São já 5 as instituições às quais tive o orgulho de pertencer. São poucos - mas bons, aliás, muito bons! - os verdadeiros amigos que fui amealhando e preservando durante a minha vida escolar. São já milhares de milhões as boas memórias que guardo desses anos, dessas instituições, desses amigos. Os cadernos e as folhas de papel são o espelho desse meu percurso e cuja alvura se foi preenchendo não só de notas e textos insignificantes daquelas aulas em que secávamos e desesperávamos pelo toque da nossa melhor amiga (CAMPAÍNHA), mas também das brincadeiras que aproveitávamos para fazer quando os «profs» estavam de costas para nós.


Relembro o 5º e o 6º ano: cadernos de argolas completamente rasgados no final do 1º Período, muito graças a ultrapassagens perigosas às canetas em pleno chão da famosa sala 17.


Relembro o 7º, 8º e 9º anos: as aulas de ciências, matemática e físico-química a jogar ao "Galo" ou ao "STOP" com os «renegados» dos professores, bem lá no fundo das salas. Preenchi mais páginas - posteriormente rasgadas - com tretas e palhaçadas do que a passar equações ou a registar minuciosamente o ciclo do nosso aparelho digestivo (o reprodutor está todo lá, não se preocupem...).


Relembro o Ensino Secundário: o melhor período da minha vida. O grupo de amigos sempre junto nas aulas, as brincadeiras sobre quem conseguia riscar mais o caderno do parceiro do lado ou as esperas angustiantes e intermináveis das correcções de testes a fazer desenhos e... mais uma vez a jogar ao "Galo". Ai, os papelinhos que rasgávamos das últimas folhas do caderno, terrivelmente sacrificadas em prol de um bem comum - comunicar à outra ponta da sala como a Professora de Francês era uma cabra e uma p*** (assim mesmo, não fosse o bilhete ser interceptado...).


Relembro o 1º ano de Jornalismo: os meus cadernos A5, quadriculados, cheios de números de telefone e e-mails de colegas da turma nas margens e em qualquer sítio não preenchido pelas notas chatas das aulas; os desenhos que nos habilitávamos a fazer sempre que não tínhamos paciência para ouvir o que o ilustre professor ia dizendo; ou ainda uma troca de comentários mais picantes com o colega do lado acerca daquela rapariga da outra turma, cujo nome não sabíamos, mas que era boa como o milho!



Os cadernos são a 8ª Maravilha do Mundo.

O tempo de estudante: o melhor de tudo na vida!



*ESTES SÃO OS DIAS DA NOSSA VIDA

11 comentários:

Vânia Monteiro Dias disse...

sao dias bons, inesquecíveis e onde se aprende muito. engolem-se muitos sapos, cresce-se bastante.. fazemo-nos gente. É verdade. Apesar do meu mau-humor de hoje, dou um sorriso a este texto repleto de nostalgia :)*

Anónimo disse...

só lamento que as referências às aulas sejam sp más
seria suposto que servissem para aprender e não só para riscar as 8ªs maravilhas, à rebelia dos profes:)

José Pedro Pinto disse...

Pois é minha/meu cara(o) prof de francês: se, porventura, tivesse o prazer de conhecer algumas das professoras e professores que se me atravessaram à frente durante estes últimos anos (curiosamente as de Francês eram as mais insuportáveis...) talvez percebesse o quanto era doloroso entrar numa sala de aula e saber que, a qualquer momento, um insulto pessoal ou até a um elemento da família de uma pessoa poderia sair directamente da boca de um docente que se quer objectivo e respeitador dos alunos que tenta educar...

Mas isso são contas de outro rosário.

Uma curiosidade: terei o prazer de a(o) já conhecer de algum lado, prof de francês?

Anónimo disse...

imagino que o seu tempo de estudante só foi bom por ter tido profes "renegados" e "ilustres" que o fizeram chegar a JCC... LOL

há memória de bons professores ou são TODOS horríveis!?

José Pedro Pinto disse...

Claro que nem todos os professores são horríveis, mas tenho pena de lhe dizer que a maioria foi, de facto...

Em relação à minha chegada a JCC só um reparo: foram poucos os professores que me motivaram a seguir a área em que mais me sentia à vontade. Não são eles que nos devem ajudar, nesse aspecto, a melhorar as nossas capacidades e chegar, por exemplo, a JCC, e singrar?

Anónimo disse...

Eu fui um sortudo: tenho saudades do meu tempo de estudante do secundário pelos amigos e brincadeiras mas tb pelo prazer das aulas de Português. Professora fabulosa! Foi ela a grande responsável pelo meu gosto pela literatura. A minha vénia a esse tipo de professores!

Acho que ainda há alguns professores assim. Quem não teve? :) Esses são os que sabemos os nomes e recordamos para a vida, a par dos rabiscos nos cadernos.

Desejo-lhe "bons professores" no superior. Bem é necessário!!!

José Pedro Pinto disse...

Concordo com o seu ponto de vista: ainda há professores que merecem não só uma vénia mas uma ovação de pé... São aqueles que nos dizem: "Tens um sonho, não é? Então agarra-te com toda a força a ele e, se fores mesmo bom, verás que o sucesso te baterá logo à porta". Isto mesmo me disse a minha «ilustre» professora de Geografia do 10º e 11º anos.

Fazem falta pessoas assim ao nosso sistema de educação, ah!, e que tal uma maior aposta, por parte do Ministério da Educação em professores jovens com boas filosofias de ensino e um maior contacto afectivo com os alunos? É só uma ideia...

Obrigado pelos votos, "prof", e volte sempre ao DO ALTO DA TORRE: aqui, as opiniões das pessoas não são censuradas, e a troca de ideias é o mote.

Diana Vasconcelos disse...

aiiii os meus anos de secundário também foram, sem sombra de dúvida, os melhores.
Que saudades Zé, que saudades.
Hoje, o que me torna mais nostálgica, é o facto de a maioria dos profs de JCC tarem a "cagar" bem lá do alto ( não da torre) p nós, enquanto que os do secundário eram uma família. Pelos menos onde estudei foi assim. E devia ser assim em todo o lado, a escola é acima de tudo, um ensinamento para a vida.

PS: Rua com a HL. Exemplo de mau carácter e de má pessoa. Não quero conhecer mais pessoas assim.

Anónimo disse...

um viva à claudia por louvar os profes amigos

José Pedro Pinto disse...

Esses são sempre de louvar, meu caro prof: são aqueles que nos deixam uma lágrima ao canto do olho no último dia de aulas de cada ano.

Ainda os há, por mais estranho e incrível que possa parecer!

Terá o nosso "prof" sido um deles?

:) um abraço!

José Pedro Pinto disse...

... ou AINDA o será?

:)