RAZÃO vs. CORAÇÃO

Tenho que confessar: posso parecer uma pessoa bem-disposta, bem-humorada e francamente positivista, mas o que é certo é que estes últimos tempos da minha fastidiosa vida me têm deprimido e desiludido e entristecido. Por fora posso deixar transparecer uma certa alegria por viver um dia de cada vez sempre com um sorriso nos lábios, mas cá por dentro a noite e a angústia dividem o quarto com o meu coração.

Insistentemente me tenho perguntado o que me terá acontecido. Será do trabalho árduo e desgastante que a faculdade me tem imprimido? Não. Já aguentei cargas semelhantes com os exames do 12º ano e não fiquei assim...
É que não tenho razões para andar, de certa forma, deprimido: uma família que me adora (penso eu que assim é... :) ), uma boa vida, o sonho de estar na faculdade e de poder enveredar pela carreira que mais me apraz (o meu querido e adorado Jornalismo!)... e o facto de continuar a ter os melhores amigos que um gajo poderia pedir.

Pois é, mas o coração tem destas coisas e o seu melhor amigo e companheiro de copos - denomina-se AMOR - tem conseguido pôr a minha vida num autêntico Inferno. Miguel Esteves Cardoso afirmou que: "As pessoas deviam encontrar o grande amor das suas vidas só quando fossem velhas. É sempre melhor viver antes da felicidade do que depois dela"*. Como te compreendo, Miguel. Preferia sofrer de amor somente quando fosse já velhinho, com a minha vida vivida e «revivida» e a apenas um par de dias de bater as botas. Seria bem mais indolor.

Mas como estes dois amigos de alterne me continuam a fazer companhia (e eu alinhar nos seus esquemas...), cá tenho eu que prosseguir o meu dia-a-dia de (eterno?) sofrimento.

Se alguma vez experienciei algo assim? Jamais. Se vale a pena? Não sei. Se dói? Muito... mesmo muito.

(* - retirado de unfinished-song.blogspot.com/)