quarta-feira, julho 23, 2008

SEQUELA




"O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, convidou a Rússia a instalar bases militares de apoio em território venezuelano, informou a agência noticiosa russa Interfax, em Moscovo, onde o chefe de Estado venezuelano se encontrou com o Presidente russo."


in PÚBLICO



A Guerra Fria terminou, para gáudio de todo o mundo, com a queda do Muro de Berlim. Abriam-se as portas para um convívio que, embora nunca tenha assumido contornos salutares, se podia considerar de "aceitável" para um futuro sustentadamente positivo da raça humana.


O que os últimos meses vieram mostrar só pode ser interpretado como um claro desejo dos dirigentes das maiores potências (políticas, económicas, energéticas) em reatar um conflito belicista que há muito não se via. Os constantes investimentos em Defesa Nacional feitos pelos EUA, Rússia e, agora, pela Venezuela, só vêm agravar uma situação mundial já de si insuportável com o limiar da pobreza a fazer parte do quotidiano de muitos de nós, com o petróleo, as taxas de juro e a inflação a galoparem constantemente sobre os assalariados que, de uma maneira ou de outra, ainda vão sobrevivendo.


Escudos anti-mísseis colocados pelos norte-americanos na Rep. Checa. Propostas de Hugo Chávez de receber armamento e bombardeiros de longo alcance russos em território venezuelano com pompa e circunstância. Cada vez mais este parece um mundo onde ninguém quer dar o braço a torcer, onde as armas e o conflito se nos afiguram como uma ameaça incontrolável e à qual ninguém quer fazer frente.


Não estamos, nem de longe nem de perto, à beira do eclodir da III Guerra Mundial para que todos nós tenhamos que estar sujeitos aos ditames e vontades de Bush, Medvedev e Chávez. Ou, por outra, estamos: quando estes senhores decidem começar a jogar «batalha naval», revivendo os saudosos tempos em que termos como "cortina de ferro" e "mísseis de médio e longo alcance" faziam parte de um vernáculo que, decerto, não queremos ver repetido tão cedo.


Orçamentos de Defesa Nacional! Biliões e biliões de (petro)dólares canalizados para políticas de armamento maciço! Pobreza extrema! Insolvência financeira de multi-nacionais!


Apenas algumas exclamações que importam. Oxalá as constantes manchetes de jornais e destaques de noticiários televisivos possam fazer com que o próximo Presidente dos EUA (de seu nome Barack Obama) se aplique a fundo na travagem de tais conflitos.


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