segunda-feira, agosto 11, 2008

ROTEIRO DE FÉRIAS



Boston amanhece com um sol radiante mas as nuvens já ameaçam com a sua presença, no horizonte. De uma temperatura bem agradável rapidamente se passa para um estado em que desejávamos ter trazido um casaco connosco, quando saímos de casa. Com as ruas alinhadas e organizadas de uma forma praticamente semelhante, é difícil movimentarmo-nos pela periferia desta pequena cidade nortenha de Inglaterra. As pequenas casas e o relevo de planície que caracterizam a Grã-Bretanha colocam-nos perante um labirinto onde os caminhos parecem infindáveis e as opções para chegar ao centro… bom, estão mesmo ao virar da esquina, mas apenas uma se nos afigura como a mais correcta.

De ruas desertificadas das imediações de Boston, cedo se chega à pequena via rápida que circunda a cidade. Os grandes armazéns disponibilizam-se para estar à mão do cliente e é para lá que grande parte da população se dirige, a toda a hora, estando ou não de férias. E o Estádio do Boston, mesmo ali na York Street, com o som dos seus adeptos vociferando e entoando cânticos de apoio!

O centro: imponente. Referenciado por uma catedral enorme e que faria inveja às mais altas esferas do Vaticano, apresenta-nos uma vasta praça onde as lojas se alinham, lado a lado, onde só os táxis estão estacionados e onde um verdadeiro melting pot de culturas convive diariamente.

Mas custa-me apaixonar-me por Boston. Gosto da cidade, a sério que sim. Pela mudança de ares, é um dos destinos ideais para quem quer mesmo dar uma escapadela de Portugal e conhecer novos mundos. Ainda assim, não se compara a nada do que tenhamos no nosso país. Habituamo-nos a um certo estilo de vida, a certas pessoas que vemos todos os dias, no mesmo café, e é difícil encarar uma nova cidade com uma mente despida do preconceito do tradicionalismo português.

Aqui, tudo é ao contrário. Conduz-se pela esquerda. A Opel é autenticamente vandalizada pelos ingleses que substituem a marca-mãe pela palavra Vauxhall e apenas mantêm a sub-marca. Apesar de toda a EU ter aderido ao Euro, estes senhores mantêm a libra. Poderiam falar um inglês britânico correcto, mas preferem comer cada letra como se de uma trademark se tratasse e, dessa forma, complicam uma conversa com um estrangeiro habituado ao inglês americano.

10 dias. O suficiente para descansar e regressar a Portugal pelas portas do Sá Carneiro. Mas 10 dias que não se contam. 10 dias que se aproveitam para fazermos aquilo que mais gostamos de fazer. Seja preguiçar o dia todo, dar um passeio de bicicleta… ou pôr a escrita em dia. Hoje, apeteceu-me esta última. Acho que vou dar uma volta a pé daqui a pouco. Boston já chama.


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