quinta-feira, setembro 04, 2008

SUBSCREVO



E recomendo para uma breve leitura. O último parágrafo levanta a ponta do véu quanto à posição de Sócrates face aos meios de comunicação social portugueses, uma das mais graves falhas em que um PM pode cair.




NOTA DA DIRECÇÃO: Eleições em Angola
04.09.2008 - 17h55 Direcção Editorial



"O PÚBLICO dedicou, hoje como nos últimos dias, numerosas páginas às eleições angolanas. Fizemo-lo porque se trata de um evento importante para Angola, para África Austral e, também, para Portugal. Mas fizemo-lo sem ter a possibilidade de contar com o trabalho de enviados do jornal que, no terreno, traçassem para os nossos leitores um retrato mais fiel e vivido do que é hoje Angola e de como está a decorrer este processo eleitoral. Pedimos vistos para os nossos jornalistas com muita antecedência: em Junho. Esperámos por eles sem sucesso, pois as autoridades angolanas entenderam que não queriam que jornalistas do PÚBLICO entrassem no país. Tentaram mesmo evitar que angolanos colaborassem connosco.


Não fomos as únicas vítimas do boicote do governo de Luanda: os órgãos de informação do grupo Impresa que pediram vistos (SIC, Expresso e Visão) também não os obtiveram. O mesmo se passou com a Rádio Renascença. Nenhuma explicação foi dada por via oficial, mas todos em Angola sabem porque ocorreu esta discriminação: os senhores que mandam no país não toleram a comunicação social livre e independente e não perdoam aos jornalistas ou órgãos de informação que, em algum momento, noticiaram escândalos, reportaram abusos ou se manifestaram, em textos de opinião, contra o regime. E retaliam em conformidade.


O boicote do governo angolano não se deve, portanto, a um “atraso” na emissão de vistos, como esta semana augurou o primeiro-ministro, José Sócrates. E não há “exagero” algum quando se denuncia um bloqueio a órgãos de comunicação social portugueses. Cabe perguntar se o Governo de Portugal, como acontece noutros países face a circunstâncias idênticas, encetará alguma diligência para obter explicações sobre o que se passou e se fará algo em relação à atitude das autoridades angolanas."






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